ASTROSOFIA

ASTRO-FILOSOFIA - ASTROLOGIA SIMBÓLICA - ASTROLOGIA PITAGÓRICA - A CIÊNCIA DOS CICLOS OU CICLOSOFIA - ASTROLOGIA ESOTÉRICA, COLETIVA & MUNDIAL
"ASTROLOGIA PROFUNDA PARA UM MUNDO MELHOR" - CIÊNCIA & FILOSOFIA NOVAMENTE UNIFICADAS PELA SÍNTESE!"
Eis que vimos a Sua estrela no Oriente e viemos homenageá-lo." Mt 2,2 (sobre os Reis-magos astrólogos)
"Eu (acredito em Astrologia porque) estudei o assunto, e o senhor não." Isaac Newton (a um crítico da Astrologia)

Disse uma sábia, fazendo eco a Newton, que "a Astrologia não é uma questão de crer, mas de conhecer" (Emma C. de Mascheville). E este se revela o único grande problema, ou seja: o de conhecê-la de fato, coisa dificultada ora pela sutileza de seus postulados, ora pelos desvios que sobre ela se acometem a partir disto. Mas nada disto desmente a sua importância histórica, que tem norteado os rumos das civilizações por milênios, sendo mesmo hoje respeitada sábios e presidentes.
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Os Cronocratores - Senhores do Espaço-Tempo*


A moderna visão da unidade espaço-temporal é clássica na filosofia antiga. Calendários e pirâmides ostentam não apenas referências mútuas, como por vezes também uma direta correspondência, a ponto de afirmarmos em alguma parte que "calendários são pirâmides planas, e pirâmides são calendários tridimensionais." (Revista Órion de Ciência Astrológica, nº 10, FEEU, PoA.)

As dimensões de tempo e espaço, eram expressões para revelar facetas da Verdade Uma, e como tal tenderiam a se identificar, cada qual no limite de suas aparências. O tempo esta simbolizado pelo triângulo (tempos), e o espaço pelo quadrado (direções). Por isto, o símbolo de tempo-espaço da grande Teotihuacan (cf. Laurette Sejournée),ostenta esta dupla estrutura.

Júpiter e Saturno formam um dos pares de opostos do Zodíaco, simbolizando, por exemplo, contração e expansão. Representam também o tempo e o espaço, dimensões que, por si sós, comportam múltiplas facetas. No sistema de regências do Zodíaco greco-caldeu, cada um dos planetas aparece duas vezes -não assim com Sol e Lua, que além de ser Luminares, formam uma dualidade única especial. Tampouco sucede em nada no sistema romano, onde os opostos estão representados por pares divinos (ver Revista Órion de Ciência Astrológica, nº 9, FEEU, PoA).

Júpiter, como regente clássico de Sagitário e Peixes, está associado aos elementos Fogo e Água. Este último, é um dos símbolos tradicionais do tempo, denotando psiquismo e sensibilidade. Mas é ao dinâmico e criativo Fogo que cabe a força transformadora, fazendo de Júpiter-Zeus o portador do raio e do trovão, assim como senhor de todas as coisas celestiais -em contraparte a Netuno, deus das águas profundas, e que rege a Peixes na moderna Astrologia. Os vínculos entre Júpiter e o Zodíaco são clássicos. Em princípio, temos o Zodíaco chinês, estruturado diretamente sobre as revoluções deste planeta, em seus 12 anos de evolução. Porém, ainda que esotérico, também existem doutrinas ocidentais contemplando este que é também conhecido como o planeta dos mestres -em sânscrito, seu nome é guru, "o dissipador das trevas"-, assim como do misticismo, da filosofia e da religião.

Saturno, como regente clássico de Capricórnio e Aquário, está associado aos elementos Terra e Ar. Natural é a propensão ao racionalismo, ao pragmatismo, à concreção. As coisas do espaço e da Natureza estão, pois, sob o seu domínio. Saturno está associado a divindades agrárias e, ele próprio, traz a foice para colher criteriosamente aquilo que o tempo semeia, com capacidade de concretizar e materializar as coisas. Contudo, esta colheita também pode ser áurea, pois cada esfera possui duas faces -reflexo de sua dupla regência zodiacal, por exemplo. Assim, se Júpiter é planeta do misticismo e da filosofia, Saturno é a esfera do sagrado. Deste modo, o Solstício de Inverno está associado ao renascimento espiritual ou à iniciação real (chamado por isto "A Porta dos Deuses"), tal como, na Natureza, apresenta o ressurgimento da força solar.

Os ciclos de Júpiter e Saturno, comportam todas estas tendências e potencializam suas realizações. Nenhum ser humano consuma a senda espiritual (iluminação) antes dos 30 anos de idade (Saturno), assim como tampouco antes de 12 anos (Júpiter) de esforços criativos. O padrão mínimo, é ainda um atributo dos seres divinos (avatares), como demonstram as biografias divinas; e assim cada etapa ou categoria evolucionária, se enquadra num dado esquema, sob a regência comum dos cronocratores, e sempre sob uma conjunção real (astronômica) ou simbólica (astrológica).

O tempo também se expressa em Saturno e Júpiter, como passado e futuro. Júpiter simboliza a força da juventude ("jovem" vem de iove, nome latino de Júpiter) e a renovação. Enquanto Saturno representa a ancianidade e a experiência ("soturno" parece vir de Saturno) -ainda que exista uma face saturnina relacionada a Aquário, que apresenta uma clara conotação futurista, tudo como no duplo-Janus que também representa. Mesmo a duplicidade joviana, pode ter em Peixes uma expressão atávica, e em Sagitário uma força criativa ou precursora.

A ênfase isolada nos senhores do tempo-espaço, confere misticismo de um lado, e materialismo de outro.

De fato, a ausência de raízes telúricas, gera um psiquismo exacerbado, desenvolvendo filosofias de tempo formalistas e supostamente autônomas, numa concepção de tempo vaga, alienada e mística (diríamos mesmo mitológico), sob os entornos de um universalismo evasivo e sem pés-no-chão, incapaz de realizar transformações e mudanças profundas dada a sua excessiva difusão. É a chamada "informação inútil", servindo apenas para inflar o ego e o individualismo, sob entornos nitidamente luciféricos. Tal como aquela voltada para calendários mágicos e uma astrologia fatalista (fetichsimo velado?), sendo também o que se pode dizer do conjunto dos chamados movimentos de Nova Era em geral. De fato, a mística (incluindo seitas e credos) relaciona-se mais às questões de Era, que é uma esfera desde sempre vinculada ao tempo.

Já o excesso de consciência espaço-territorial, determina o ateísmo e o materialismo existencial, de baixas nuances relativísticas e temporais, antes absolutistas, transformador externo (marxismo) e evolucionista natural (darwinisno). Relaciona-se mais às questões de Raça, que é uma esfera desde sempre vinculada ao espaço.

Não há dúvidas de que qualquer processo apenas pode ser levado a cabo com sucesso, sob a sua dupla égide. Em função disto tudo, temos elaborado um sistema de educação integral & permanente, baseado nos ciclos, senão dos cronocratores, de Júpiter e Saturno combinados de maneiras distintas. É sobre este mesmo padrão, que se torna possível restaurar sistemas de educação permanente como o varnashrama, ou "classes cíclicas" -ver sobre o tema em nossas obras Construtivismo & Esoterismo e Pedagogia Áurea.

Uma das formas de observar a importância e a proximidade dos ciclos de Júpiter e Saturno -de resto, muito usados em várias civilizações-, está na notável analogia com os dos Luminares, abaixo representada:
Sol = 12 meses .............. Júpiter = 12 anos
Lua = 28 dias ............... Saturno = 28 anos
Assim, podemos dizer também que os ciclos-cronocratores, são continuamente dinamizados pelo ritmo dos Luminares, sobre os quais se edificam os calendários, os meses sobre a Lua, e o ano sobre o Sol (ainda que existam aproximações comuns). Já o calendário chinês, observa o ciclo de Júpiter, de modo que seus doze signos são também anuais.** Na Índia, algumas festas (mela) obedecem este ritmo, como o Kumbha Mela, que ocorre sempre que Júpiter se encontra em Aquário (Kumbha).

Não é demais dizer, que a semelhanças não se limitam aos ciclos, mas incluem as naturezas. Júpiter é mais que um planeta, mas uma verdadeira semi-estrela (emite mais luz do que recebe), dotada de resto de um verdadeiro "sistema solar" no seu entorno. E Saturno fascina pela beleza de seus anéis de gelo, como a Lua fascina nas noites quentes -e aqui se reúne os regentes dos signos solsticiais. Nos mitos, a Lua é um símbolo de Shiva, senhor da austeridade, enquanto Júpiter se vincula a Vishnu, senhor da abundância.

Mesmo na Astrologia, existe a necessidade de envolver tempo e espaço (palavras presentes na etimologia de horoscopus). Contudo, é notável como, ao contrário dos mandalas orientais, os modernos dão uma importância menor à questão espacial, tratando-a quase como um mero elemento técnico na confecção do horóscopo (que é o "calendário" pessoal profano). Em contraparte, sobrevalorizam tudo o que diz respeito ao "tempo", o que denota ênfase no subjetivo (psicologismo, misticismo), próprio de uma época de restrições à auto-realização plena (ainda que certa subjetividade, embora superior, seja natural à nova raça), a qual seria, a seu turno, própria do pragmatismo saturnino.

E nisto, temos uma típica expressão do "místico versus sagrado". Já na Astrologia medieval, parece ter havido maior ênfase na questão espacial, e Dane Rudhyar vê isto através do uso do horóscopo quadrado, que muito possui de mandala.

Este misticismo (que sempre traduz certo amadorismo), tem se estendido hoje, mesmo a certas abordagens calendáricas, onde se dá menor importância à questões geográficas, como se o espaço fosse menos sagrado que o tempo; naturalmente, isto também deriva de um vício cultural que dispõe a "consciência" acima da existência natural, erro este que filosofia antiga buscava criteriosamente evitar, através da unidade dos mundos ou do verdadeiro universalismo.***

Eis que vivemos tempos proféticos. Os místicos se ocupam mais da Nova Era, com seu espectro universal-setenária, e os ocultistas tratam de pensar antes a Nova Raça, em sua dimensão humano-quaternária -como sucede na presente obra. Mas de algum modo, tudo isto conflui.

Esta divisão também determina os contornos da pequena e da grande profecia. A pequena profecia está basicamente voltada para o tempo, é o arauto que permanece em seu gabinete e voltado para os cálculos, podendo por isto ser ainda confundido com o astrólogo (Astrologia Mundial); tendo como possível exemplo uma figura como a de Nostradamus. E a grande profecia, envolve práticas vitais transformadoras, onde o vidente afirma o seu território, no sentido amplo da expressão; um exemplo, é a figura do profeta bíblico Daniel, sabedor das doutrinas do tempo (Idades Metálicas, ciclos-Fênix, etc.), mas ocupado ativamente com os processos de transformação de sua sociedade.

* Da obra Os Crocratores e a Construção da História, LAWS. As matérias sobre cronocratores existentes neste site, estão no setores Astrologia I, Astrologia III e Auriverde e Neo-Maçonaria.
** Também se observa ali o ciclo de 60 anos, segundo a análise corrente, pela correlação entre o ciclo joviano e os cinco elementos da astrologia chinesa. Contudo, é preciso observar que o ciclo de 60 anos, representa o primeiro índice de conjunções avançadas dos cronocratores.
*** Afirma-se hoje, por exemplo, que o Tzolkin maia -cujo uso está em moda em alguns círculos místicos-, seja um calendário "cósmico" que independe de maiores fundamentos tópicos ou hemisférios. O que em parte até poderá suceder, como temos confirmado por nossas próprias pesquisas. Contudo, no começo de seu trabalho, José Arguelles afirmava, na sua obra Ascensão da Terra (um belo trabalho de geografia sagrada), que a Pedra do Sol mexicana é o calendário setentrional, e a Porta, do Sol andina é o calendário meridional; vindo mais tarde a reposicionar-se a respeito. Porém, ainda que sem uma palavra final sobre o assunto, suspeitamos seriamente da existência de certas bases hemisféricas, como seria natural e regular. Como se sabe, trata-se de um calendário bastante exótico, e talvez tenha vínculos profundos com a estrutura da raça atlante (2ª raça, paralelo 20), como denota a sua base escala vigesimal (ver Revista Órion de Ciência Astrológica, nº 10, pg. 53). Por isto se deve dar valor a tudo que define limites e contornos -algo saturnino, é claro, contra o expansivo Júpiter-, porque soa mais pragmático e sagrado, e menos teórico e místico. Se diz, neste caso, que o Tzolkin terá validade até o ano 2.012. Mais uma vez, talvez se possa reaproveitar as estruturas (se é que não seriam conjunturas), mas adaptar as fundações nesta data.

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A parábola do elefante e o calendário social

Assista aos vídeos
Os Senhoresdo Tempo: Ocidente e Oriente - uma astrologia social (parte I)
Os Senhoresdo Tempo: Ocidente e Oriente - uma astrologia social (parte II)

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Luís A. W. Salvi é escritor holístico, autor de cerca de 150 obras sobre a transição planetária.
Editorial Agartha: www.agartha.com.br
Contatos: webersalvi@yahoo.com.br
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